quinta-feira, setembro 16, 2010

Dicotomia



O Romeu tem longo histórico, comprovado, analisado e público de diversas idiossincrassias.

Durante anos a fio nem ele soube que padecia de tal problema.

Os médicos fizeram-lhe um sem numero de exames.
Os psicólogos acharam por bem que realiza-se diversos testes, até projectivos.

Os sociólogos debatiam a possibilidade de algum problema cultural.

Os arqueólogos pensaram num povo que tivesse na sua história, estória semelhante.

Os politólogos achavam que era uma facção anárquica desconhecida.

Os advogados aventaram a hipótese de ser crime.

Os matemáticos inventaram formulas e equações para chegarem a algum tipo de conclusão.

Os físicos perderam-se na química.

Os linguistas estudaram e procuraram nas línguas mortas textos alusivos.

Os filósofos arregalavam os olhos com a possibilidade iminente e ilimitada de discussão acerca do assunto.

Fizeram-se tratados, monografias, estudos, textos, peças televisivas e até teatro...

Enfim, toda uma multidão académica e não académica debruçou-se sobre Romeu tentando compreende-lo.

O seu temperamento peculiar que a nenhum outro homem se assemelhava.

A sua fisionomia estranhamente grega e que nada tinha a ver com o Homem de Vitruvio de Da Vinci, a realidade de todos os outros homens.

O seu pensamento lógico.

A sua hipersensibilidade.

As mulheres que por ele passavam e, ao invés de o estranharem rejubilavam em sua presença.

Tudo isto era uma incógnita, não se sabia como, nem porquê, nem onde...

Romeu era uma incógnita física-psicólogica. Um mistério filosófico. Um problema... matemático sem resolução à vista... o primeiro... o único.


Afinal, era verdade -pensou Romeu- também ele surpreendido: Sou mesmo do OUTRO mundo!

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