quarta-feira, setembro 08, 2010

... Assim


Amo-te assim...

Amo-te furiosamente.
Amo-te quando ris,
quando choras.
Amo-te quando o coração pára ,
quando bate descompassadamente.

Amo-te visceralmente.
Amo-te quando partes,
quando chegas.
Amo-te quando me abraças,
quando negas o beijo.

Amo-te brutalmente.
Amo-te quando ocultas,
quando falas verdade.
Amo-te quando fazemos sexo,
quando trocamos amor.

Amo-te excessivamente.
Amo-te quando és infantil,
quando és mulher.
Amo-te quando verifico as tuas falhas,
quando revelas as tuas qualidades.

Amo-te extraordinariamente.
Amo-te quando és tudo,
quando és nada.
Amo-te quando és profunda,
quando és banal.

Amo-te assim:
não sei se bem, se mal...
se da melhor forma ou pior...
não entendo se mais ou menos...
se como os outros ou diferente deles...

Amo-te e pronto.
Não me interessa nem bem, nem melhor, nem mais, nem igual...
Não me importa se mal, ou pior, ou menos ou diferente.
Amo-te e é o bastante.
Se tal não é, então tu é que não amas nem amaste, nem sabes nem queres saber, nem importa, nem quero descobrir.
.
.
.
Autoria de foto e poema: Ana Mamede

2 comentários:

Maristeanne disse...

...
alguns amam...
outros se deixam amar...
alguns perdem por não saberem amar...assim...

Precioso poema!

[obrigada...]

(a)braços,flores,girassóis..(::)

Romeu disse...

Lampejos,

Se Sontag tinha razão, então este é O poema mais exacto e cru que alguma vez li...

Não é contudo, bom amar-se, perdemo-nos amiude no sentimento que ns prende ao outro e nos impede de VER como realmente é...

O Romeu só tem a perder por amar assim... tão perdidamente...

Um imenso abraço