A prática profissonal de Romeu tem a ver com a doença e a deficiência mentais. Para manter os palacetes de família teve de ser... A esgrima já não era também, entretém suficiente...
Há algo de interessante na doença mental: a forma como surge, a sua causalidade, a alteração comportamental, a localização cerebral,o grau de gravidade, se apenas sofre de uma ou mais doenças mentais... ... ... por fim, o mais interessante: como se cura uma doença mental?
É na cura que se centra a maior dificuldade deste tipo de doenças. É na cura que muitos de profissão igual perdem a esperança. É na cura que se perdem muitos utentes. Mas é também na cura que reside a maior fonte de "preenchimento profissional".
O Romeu escolheu esta área por mero acaso mas, manteve-a por opção. Achou, bem depois de terminada a formação que era uma área de constante estudo e isso, deixa-o em puro êxtase. Saber que nunca sabe nada e que para saber alguma coisa terá sempre de ler e ler e ler ainda mais é uma tarefa tão sublime como se todos os dias fossem dias mesmo novos. Sem repetição. Sem inércia. Sem enfado.
Durante anos foi feliz na sua profissão que, diga-se desempenhava com a mesma felicidade e frescura como se de um garoto se tratasse ao ver, pela primeira vez ,o mar. As situações mais inusitadas acabavam por fazer com esboça-se um sorriso a cada passo dado com um seu utente. É que sabem não era no fundo, um passo do utente, era um passo do utente com Romeu e isso, dava-lhe a sensação de dever cumprido todos mas mesmo todos os dias.
Romeu portanto, já foi bom, em alguma coisa. Já foi uma pessoa. Uma pessoa que acreditava num futuro melhor. Um futuro bom.
Agora essa tarefa de acreditar torna-se, a cada dia, um esforço mais brutal e complicado e inglório e enfadonho e triste e infeliz e cansativo e... e... e...