
"Só se tiveres o coração aberto poderás amar!"
O Romeu suspendeu, por segundos a respiração... Não compreendeu bem o que queria o seu amigo dizer com a frase. Não lhe perguntou mais detalhes mas, passada uma semana a mesma frase ocupava-lhe o pensamento...
Debruçou-se sobre o assunto ontem à noite.
Estava estranhamente em paz... sentia-se uno com o ambiente que sentia ali em plena serra de Sintra e o ambiente estava peculiarmente quente. As vozes, que se ouviam da mocidade inquieta, não o incomodavam, gostava daquela felicidade despreocupada que encontrava em cada rosto bronzeado, em cada palavra desacautelada.
Olhando o castelo lá no cimo, vieram-lhe à memoria tempos idos: sentimentos de amor eterno também ele, relaxado, de um sol calmante que percorria alegremente os jardins verdejantes e místicos criando sombras nas quais descansou e olhou para Julieta. Nesses dias Julieta parecia-lhe quase que mágica, imbuída de uma profunda e constante luz...
Era noite, no meio da escuridão a luz fez-se quando as seguintes palavras lhe sugiram naturalmente: Só se abandonar todos os receios e fantasmas poderei amar. Só se me amar e fizer respeitar é que que poderão amar.
Seriam quatro da manhã quando Romeu desceu até Colares e mais tarde, certamente, quando chegou às Azenhas do Mar... chegou com a certeza de que o caminho percorrido foi longo mas, haveria ainda muito mais para percorrer...
Hoje o cansaço parece-lhe pequeno, já nada o detém.
2 comentários:
"(... )Porque eu sou feita pro amor. Da cabeça aos pés. E não faço outra coisa. Do que me doar."
Um beijo, HATE ME
Carissima Luana,
Não te odeies por amar! Amar é possivelmente, o sentimento humano(e animal) mais complexo mas também mais altivo que podemos experienciar enquanto pessoas que vivemos e nos aprtilhamos com o outro.
Rilke, escreveu numa das suas cartas, provavelmente, a melhor forma, de descrever o que sinto relativamente a esse tema: "Não é somente a inércia culpada pela repetição dos relacionamentos humanos, caso a caso, indescritivelmente, de forma monótona e sem renovação. É a timidez diante de novas e imprevisíveis experiências para as quais acreditamos não estar preparados. Mas somente alguém que está preparado para TUDO, que não exclui NADA, nem o mais enigmático, vivenciará a relação com o outro como algo vivo."
E de facto é verdade. Frequentemente verifico nas relações em que encetei, que aceitei, com relativa facilidade, as dificuldades da relação e até, os defeitos das pessoas mas, raramente, tiveram compreensão, para os meus. Ter paciência não é o mesmo que termos compreensão. Sermos pacivos não é o mesmo que sermos activos.
Como já referi aqui, estar (efectivamente) numa relação é trabalhoso, é complexo e, a verdade é que a maioria das pessoas não se quer aborrecer... muitas das vezes até porque já trabalharam demasiado noutros campos e, relegam aquele para segundo plano.
A inércia, é também a cobardia de não querermos mudar, de não conseguirmos comunicar, de não almejar mais...
Querida, o apelo e o post de hoje (vou realizá-lo agora) é nesse sentido... Se merecemos mais devemos procurar mais. Mas, a constante procura deverá ser começada apenas por esta razão porque, se começamos a ter na nossa vida muitas relações falhadas é, possivelmente, porque não estamos a "trabalhar" bem...
Porque escolhemos certo tipo de relações? às vezes porque queremos que falhem...
Porque escolhemos certos silêncios? por vezes porque não queremos ser escutados...
E a lista podia continuar "ad aeternum"...
No fim de contas, o importante será sempre não deixar de amar... e que de cada vez que o façamos o realizemos como algo mais extremo, mais vivo, mais humano.
Um abraço terno deste teu, sempre: Romeu
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